Claude Landman

Aos críticos mal-intencionados que lhe reprovavam ter negligenciado o problema do afeto em seu ensino, Lacan respondia que tinha consagrado a isso, em 1962-1963, todo o ano de seu Seminário sobre A angústia. Ele pôde mesmo dizer que a angústia era o afeto por excelência, o afeto dos afetos; quanto a Freud, ele sempre considerou a angústia como destino principal do afeto. Nesta perspectiva, tratarei hoje do afeto a partir de um caso, o que me permitirá por à prova da clínica certas tentativas de balizamento psicanalítico da angústia que foram avançadas por Freud e por Lacan.

A neurose traumática 

No que concerne à teoria da angústia em Freud, escolhi como ponto de partida uma referência que, sem ser original, permanece, ao menos no que é de meu conhecimento, pouco utilizada: “Além do princípio do prazer”. Com efeito, é neste texto escrito em 1920, o qual constitui, como sabemos, a virada decisiva da teoria psicanalítica, que Freud coloca, a partir de uma concepção original da neurose traumática, os elementos que levarão a sua última elaboração do estatuto metapsicológico da angústia, produzida em 1926 em “Inibição, sintoma e angústia”.

Para bem apreender esta colocação, uma advertência se assevera aqui necessária. Em “Além do princípio do prazer”, Freud define o sistema percepção-consciência como um sistema interface entre as excitações provenientes do mundo exterior e as sensações de prazer e desprazer que provêm do interior do aparelho psíquico; ele supõe igualmente a este sistema percepção-consciência uma situação espacial na fronteira do exterior e do interior, voltado, por um lado, em direção ao mundo exterior e envolvendo, por outro lado, os outros sistemas psíquicos. Uma tal definição do sistema percepção-consciência obriga Freud a fazer uma nova hipótese: a existência de uma camada protetora que filtra e atenua as excitações muito intensas provindas do mundo exterior. Elas só transmitem, portanto, um fragmento de sua intensidade ao sistema de recepção das excitações externas, o sistema percepção-consciência, vale dizer os órgãos dos sentidos e o córtex cerebral. Freud chama esta camada protetora de pára-excitações. (1) > Ela corresponderia à camada mais superficial do ectoderma que teria abandonado a estrutura própria ao vivente para tornar-se numa certa medida inorgânica e funcionar como um envoltório, uma membrana especial que mantém a excitação à distância. A pele, os fâneros, certas mucosas, constituem isto que Freud chama de pára-excitações. Notemos ainda que, como observa Freud:

“do lado do interior não poderia haver pára-excitações, as excitações provenientes das camadas mais profundas transmitem-se diretamente ao sistema da consciência… mesmo se suas intensidades notadamente são mais adequadas ao modo de trabalho do sistema do que aquelas que afluem do mundo exterior.” (2) 

Nesse ponto do desenvolvimento de suas hipóteses, Freud vai avançar duas definições e uma analogia.

A primeira definição é a seguinte: “Nós chamamos traumáticas as excitações externas fortes o bastante para causarem efracção (3) no pára-excitações. Creio que não se poderia compreender o conceito de traumatismo sem relacioná-lo desse modo com a noção de um isolamento, normalmente eficaz, das excitações.”

A segunda definição concerne à neurose traumática comum, concebida como “a conseqüência de uma efracção extensa do pára-excitações”, com derrogação do princípio do prazer. Com efeito, “não é mais questão”, como o sublinha Freud, “de impedir o aparelho psíquico de ser submergido por grandes somas de excitação; é antes uma outra tarefa que aparece: dominar a excitação, ligar psiquicamente as somas de excitação que penetraram por efracção para levá-las em seguida à liquidação.” O quadro clínico da neurose traumática pode variar, mas nos casos típicos encontramos sempre os sonhos de repetição da situação traumática com angústia, que desperta o sujeito no momento mesmo em que o choque traumático vai produzir-se. A estes sonhos correspondem, no estado de vigília, o relato nos mínimos detalhes, das circunstâncias que precederam o traumatismo ele mesmo, contado de maneira estereotipada por um paciente ansioso até o ponto limite da rememoração, ao “branco” que se produz sempre no mesmo momento e suspende o discurso.

Mais fundamentalmente, para a questão que nos interessa aqui hoje, Freud produz a partir da teoria do pára-excitações uma concepção inteiramente nova da neurose traumática, na medida em que ele a remete à função da angústia, cujo estatuto metapsicológico encontra-se por aí mesmo modificado. Mas que tipo de ligação Freud vai estabelecer entre a neurose traumática e a função da angústia?

Ele introduz primeiramente uma distinção entre medo, angústia e pavor (4) e nos propõe as definições seguintes: o termo de angústia designa um estado caracterizado pela expectativa do perigo e a preparação para isto, mesmo se ele é desconhecido; o termo medo supõe um objeto definido de que se tem medo; quanto ao termo de pavor, ele designa o estado que sobrevém quando se cai numa situação perigosa sem estar preparado para tal; o termo acentua o fator surpresa e insiste na função preparatória da angústia. É a partir destas precisões que Freud vai completar sua definição da neurose traumática: a neurose traumática é a conseqüência de uma efracção extensa do pára-excitações que sobrevém eletivamente, quando o sujeito se encontra num estado de pavor caracterizado pela surpresa, isto é, pela falta de preparação pela angústia para a situação de perigo.

A função da angústia consiste, portanto, na concepção freudiana, em proteger o sujeito contra a neurose traumática. A angústia prepara para a situação de perigo pelo superinvestimento dos sistemas que recebem primeiro a excitação e permitirá, até um certo limite, ligar as somas de excitação que chegam do exterior. Freud dirá assim que “a angústia com seu superinvestimento dos sistemas receptores representa a última linha de defesa do pára-excitações”. É evidentemente este excesso de investimento dos sistemas receptores que está na origem do afeto de desprazer ligado à angústia. Esta teoria da angústia só é concebível a partir de “Além do princípio do prazer”.

Freud vai propor uma explicação dos sonhos repetitivos da neurose de acidente (5) que confirma sua nova concepção da função da angústia: “tais sonhos têm por finalidade o domínio retrospectivo da excitação com desenvolvimento da angústia, esta angústia cuja omissão foi a causa da neurose traumática”.

O que me parece decisivo, e que eu desejaria fazer-lhes notar, é que Freud não limitará esta nova concepção da angústia à neurose traumática, às excitações vindas do mundo exterior, mas a estenderá às excitações e aos traumatismos vindos do interior do aparelho psíquico.

A angústia preparará igualmente para o perigo interno:

– sempre segundo o mesmo mecanismo: por superinvestimento do sistema percepção-consciência, sistema que será integrado à instância do eu (6) com a introdução da segunda tópica;

– sempre com a mesma função: utilizar este superinvestimento para ligar a excitação proveniente das pulsões, ou dominá-la pelo acionamento dos mecanismos de defesa, notadamente, do recalque.

Esta elaboração do estatuto da função da angústia que Freud produz em “Além do princípio do prazer” vai lhe permitir precisar em “Inibição, sintoma e angústia” a definição da angústia e as condições de seu aparecimento.

A angústia se define como um sinal de alarme no eu que se produz numa situação de expectativa de perigo que pode ser originalmente interno ou externo. Freud traz a precisão seguinte: “A situação de perigo é a situação de desamparo reconhecida, rememorada, esperada. A angústia, reação originária ao desamparo no traumatismo, é reproduzida em seguida na situação de perigo como sinal de alarme.”

As condições do aparecimento da angústia são igualmente recenseadas por Freud. Trata-se da repetição de uma situação de perda do objeto, de separação que pode tomar diferentes formas: a angústia, o desamparo original do nascimento; a angústia da perda do objeto materno e de seu amor nos primeiros anos da vida; a angústia de castração na fase fálica do menino; e a angústia social que corresponde à perda de amor do supereu, no período de latência.

Desse modo, para Freud, o afeto-sinal que constitui a angústia é incontestavelmente relacionado com a espera, a angústia é angústia de alguma coisa. Lacan, sobre este ponto preciso, se demarcará de Freud avançando que se a angústia constitui realmente um afeto-sinal que se produz no eu, a mensagem se endereça ao sujeito. A angústia o adverte, lembra que ele é esperado no encontro do desejo e do gozo; com esta nuance e este acento particulares e um pouco inquietantes que a expressão “ser esperado” (“être attendu”) possui em francês, evocando a dimensão do Outro com “O” maiúsculo à qual ela se endereça, por exemplo, sob esta forma: “Tu me esperas desde sempre, mas o que esperas de mim?”. De Freud a Lacan produz-se na significação da angústia uma inversão da dimensão temporal: a angústia não está mais em relação com o tempo adiante mas com o tempo anterior. (7) 

O caso clínico 

Eu me apoiarei sobre um exemplo clínico que me parece particularmente apropriado para discutir a validade da inversão que Lacan opera na relação da angústia ao tempo.

Trata-se de um paciente que chamarei M. e do qual creio poder dizer que ele foi ao termo de sua análise, isto é, até a articulação de sua fantasia original. M. chamou minha atenção desde a primeira entrevista preliminar pela maneira pela qual ele situava em registros diferentes os dois elementos seguintes:

De uma parte, uma problemática obsessiva clássica a partir da qual ele articulou sua demanda de análise frente à incapacidade em que ele se encontrava de se orientar e de fazer escolhas que pudesse reconhecer como sendo as suas. Esta problemática, constituída há muito tempo, tinha consistido para M. em elaborar uma estratégia inconsciente que lhe permitia proteger o objeto incestuoso compartilhado com a mãe, negando com isso o imperativo fálico, o significante mestre, isto é, o significante da falta que teria podido introduzi-lo a sua própria falta, vale dizer, a seu desejo. Não tenho tempo de desenvolver aqui os recursos inumeráveis que permitiam a M. adiar o encontro em que ele era esperado no lugar do Outro, fazendo-se esperar.

De outro lado, M. estabelecia a verificação, com a objetividade de uma testemunha neutra, da angústia que ele sofria, assim como das condições particulares de sua irrupção. Ele descrevia, com efeito, sem que sua subjetividade parecesse engajada, uma série de fenômenos de angústia típicos: sensação de bolo na boca do estômago; mal-estar com ligeira agitação motora; impressão de estar “fora de si” em seu corpo como em sua fala, contrastando com períodos em que ele tinha o sentimento de encontrar-se reduzido a seu próprio corpo; temor difuso de um perigo indeterminado com hiper-vigilância sensorial; expectativa ansiosa de doenças ou de catástrofes. Estes fenômenos de angústia eram permanentes, de intensidade variável mas incômodos, ao ponto de ser necessário, para atenuar seus efeitos, um tratamento ansiolítico cotidiano.

A angústia tinha aparecido dois anos antes como fenômeno residual, consecutivo a um pavor experimentado na ocasião de uma aterrissagem malograda do avião no qual M. viajava sem estar acompanhado. Ele descrevia com minúcia e uma certa precipitação ansiosa as condições nas quais este incidente tinha se produzido. No momento em que ele percebera pelo postigo a pista de aterrissagem, o avião se pôs a balançar fortemente várias vezes seguidas sob efeito do vento. M., surpreso e inquieto, assustou-se, sobretudo com a aceleração brutal e inesperada dos motores, necessária para que o avião ganhasse novamente altitude. Malgrado seu pavor, M. sentia-se num estado de atenção e de vigilância extremas, sobretudo visual. Sua inquietude cresceu ainda mais quando ele notou, olhando pelo postigo, que o avião parecia dirigir-se para as montanhas muito próximas que circundavam a pequena planície onde se encontrava a pista de aterrissagem. Ele não compreendeu que o piloto manobrava a fim de operar um giro completo de 360 graus e tomar a pista de aterrissagem no sentido inverso daquele da primeira tentativa de aterrissagem. Temendo que o avião se esborrachasse contra a montanha, M. encorajara-se e encorajara mentalmente o piloto com o auxílio de pensamentos mágicos. Foi só no último momento que M. se deu conta de que o avião ia aterrissar e, desta vez, sem dificuldade. O alívio foi grande, mas M. experimentou durante várias dezenas de minutos um verdadeiro esgotamento físico com o sentimento de estar esvaziado, aniquilado, assim como algumas pequenas perturbações da orientação espacial, uma lentidão da ideação até o limite do estupor. Chegado à cidade na hora do almoço, vindo diretamente do aeroporto, a primeira coisa que M. fez foi instalar-se numa mesa de restaurante, pedir uma lagosta e comê-la experimentando o sentimento de reconstituir-se. Notemos a quase homofonia da palavra lagosta em francês (languste) com o termo angustia(7) que corresponde à etimologia: desfiladeiro, passagem estreita. Elemento tanto mais significativo pelo fato de que o nascimento de M. desenrolou-se em condições muito difíceis, necessitando um fórceps; a história familiar dizendo ainda que a questão clássica de escolha entre a mãe e a criança teria sido colocada em algum momento.

Durante as horas que se seguiram à refeição, a angústia reapareceu sob a forma de um incômodo epigástrico que só viria a desaparecer depois de vários anos. É preciso notar ainda nos meses e anos seguintes: alguns sonhos de aviões angustiantes, mas que não reproduziam diretamente a situação vivida; um aumento importante da intensidade da angústia até o limite da fobia em aviões, elevadores, teleféricos etc.

A discussão 

A questão que se coloca no caso de M. é a de saber como interpretar o que, neste incidente, apesar de tudo banal, provocou a angústia e sua persistência? Será que estamos lidando, no que toca a este incidente e suas conseqüências, com a constituição de uma neurose traumática que teria vindo se acrescentar à estrutura neurótica obsessiva pré-existente? Ou, antes, é preciso considerar o incidente e suas conseqüências como um elemento da neurose obsessiva e mesmo como aquilo que viria desvelar a estrutura dessa neurose?

Seria tentador promover, para explicar os fenômenos clínicos da angústia, a concepção freudiana da neurose traumática. Nota-se, com efeito:

– o pavor em sua dimensão de surpresa;

– a ausência de preparação pela angústia;

– o abalo mecânico e o afluxo de excitações sensoriais provindas do mundo exterior sob o efeito da aceleração brusca dos motores, o que poderia constituir aquilo que Freud chama a efracção de larga extensão no pára-excitações;

– o temor de se esborrachar contra a montanha, o qual é possível escutar como o temor da morte, da lesão do corpo próprio, vale dizer, uma situação de perda de um objeto amado, uma vez que o eu é a fonte de investimento libidinal sob a forma de narcisismo;

– a repetição da situação de desamparo do nascimento tal como ela foi apresentada na história familiar;

– a hiper-vigilância e a hiper-atenção que poderiam ser consideradas como um superinvestimento tardio do sistema percepção-consciência no eu, isto é, uma tentativa de ligar e de dominar a excitação em excesso;

– enfim, a angústia residual, que pode ser interpretada como a tentativa de domínio retroativo da excitação ou como impossibilidade de liquidar o excesso de excitação.

Esta explicação dos fenômenos merece ser tomada em consideração, mas ela deixa inexplicado um elemento clínico importante, talvez determinante. Trata-se deste episódio que se pode considerar, penso, como um acting out, ou seja, como uma mostração do sujeito em sua relação ao desconhecido de seu desejo, a qual consistiu em que M., quase imediatamente após o ocorrido, instalou-se no exterior, em uma mesa de restaurante bem à vista, para comer uma lagosta.

Pode este elemento que resta inexplicado pela concepção freudiana da neurose traumática ser explicado pela abordagem lacaniana da angústia? Pode-se considerar, por exemplo, a falta em que consistiu a primeira tentativa fracassada de aterrissagem como o reencontro com aquilo que o sujeito até então tinha se esforçado para negar, ou seja, o desejo do Outro, isto é, sua falta?

Como o surgimento da angústia produzida pelo espelho da montanha desértica que não refletia nada, e que o fascinava como se este espelho o olhasse, poderia ser entendido? – senão como a angústia do desejo do Outro, ponto onde o sujeito se encontra interpelado sobre seu próprio desejo? Mas para subjetivar este desejo, o sujeito deve aceitar pagar sua dívida, seu quinhão, renunciar ao objeto incestuoso imaginário, ou como Shakespeare o faz dizer a Shylock, “pagar a libra de carne”. M. não estava pronto para isso e só pôde responder ao encontro com o imperativo fálico pelo acting out que consistiu, com a lagosta, não em pagar, mas em comer a libra de carne, ou seja, substituir o objeto imaginário por um objeto real. Mas, pela primeira vez, nem por isso M. ficou quite e a questão do seu desejo e da dívida simbólica continuou a colocar-se para ele com insistência pelo expediente da persistência da angústia como sinal do desejo do Outro.

O curso da análise, tal como se desenrolou, parece ir no sentido da interpretação lacaniana da angústia, já que foi somente ao termo do trabalho analítico de M., e da tomada em conta de seu desejo, que a angústia “traumática” desapareceu completamente. Trabalho que consistiu em interpretar o desejo do Outro, sua falta, identificando-a ao significante fálico. Esta interpretação do desejo do Outro produziu uma sedação da angústia uma vez que permitiu ao sujeito aceder ao gozo fálico prescrito pelo Outro, assegurando-lhe sua identidade imaginária e simbólica, assim como sua posição sexuada. Identidade que permanece sempre frágil, já que o grande Outro não é todo fálico, sem o que ele não seria mais o Outro, justamente.

De modo que o fim verdadeiro não consistiu na determinação, todavia necessária, do significante da falta, do phallus; mas, antes, no encontro com a ausência de um significante último no Outro que possa garanti-lo; no encontro com a falta radical do Outro: $ , que o objeto privado e recalcado de sua fantasia originária vinha obturar.

No caso de M., um olhar ao qual sua mãe oferecia de bom grado seu corpo; “uma mulher que se dá a ver escrupulosamente”: (9) tal foi a frase articulada ao término da análise.

A angústia que foi reproduzida no momento deste encontro pode ser interpretada como o signo do fim da análise, repetindo e identificando ao termo do fechamento da análise a função do olhar que tinha surgido pelo postigo e desencadeado a angústia de um modo traumático.

Notas

*. Trabalho apresentado em 7 de março de 1998, publicado no Boletim da Association freudienne internationale N o 78, Paris, junho de 1998.
1. NT – pára-excitações [pare-excitations no original]. Tradução usual de Reizchutz, termo utilizado por Freud em “Além do princípio do prazer” e em “Inibição, sintoma e angústia” para designar tanto a função (proteger o organismo contra as excitações provenientes do mundo exterior) quanto o aparelho especializado que lhe dá suporte. Na Edição Standard Brasileira (ESB) consta como “escudo protetor”.
2. FREUD, S. (1920) “Além do princípio do prazer”. Edição brasileira: Obras completas. vol. XVIII, Rio de Janeiro, Imago, 1974.
3. NT – “efracção” é o termo utilizado por Freud para designar um dano, um rasgamento no pára-excitações. Na ESB consta como “ruptura no escudo protetor”. Cf. Freud, S. Op.cit. e nota 4, adiante.
4. NT – effroi (que designa pavor, susto, terror) no original; tradução usual para o alemão Screck, utilizado por Freud em “Além do princípio do prazer” em oposição a Furcht (medo) e Angst (angústia). NaESB é traduzido como “susto”.
5. NT – “névrose d’accident”.
6. NT – Aqui e em todas as ocasiões, moi.
7. NT – temps en avant temps d’avant. 
8. NT – em latim no original.
9. NT – “une femme qui se donne à voir sur toutes les coutures” no original. A expressão “sur toutes les coutures” designando, figurativamente, “em todos os sentidos”, “muito atentamente ”.

Tradução de Fernanda Costa-Moura
Revisão de Renata Costa-Moura

Trabalho publicado na Revista Tempo Freudiano No 2, outubro de 2003:
O Seminário de Lacan: travessia – A angústia